Julguei ser impossível amar tanto alguém sem obter o mínimo de reciprocidade. Como sempre que julgamos, estava errado. Minha visão errônea de um mundo inexistente desfazia-se. Era como o fim de um ciclo. Um doloroso processo de perca da inocência, daquele pensamento de discurso amoroso tão belo que sempre me foi cultivado. Pus meu sentimento para dormir, alojei-o em algum canto escondido do meu ser, e não foi por escolha. Foi necessidade. Precisava parar de gastar tantas energias, de me doer. Porém ele continua lá, e eu lhe aviso que tem sono leve, portanto não tente acordá-lo, pois ambos sabemos que ele nunca virá a ser realmente no viver, apenas no papel. Prometo nunca mais tocar no assunto se me prometeres nunca retornar, não deixar mais seu cheiro impregnado na minha pele, nem sorria com o canto da boca. Só quero que o deixe dormir. Como todo animal selvagem, meu coração não deve ser perturbado, deve ficar lá, isolado de todo e qualquer perigo,
Amor Deliria Nervosa produz alterações no córtex pré-frontal do cérebro, o que resulta em fantasias e ilusões que, uma vez reveladas, levam à devastação psíquica.