Julguei ser impossível amar tanto alguém sem obter o mínimo
de reciprocidade.
Como sempre que julgamos, estava errado.
Minha visão errônea de um mundo inexistente desfazia-se.
Era como o fim de um ciclo. Um doloroso processo de perca da
inocência, daquele pensamento de discurso amoroso tão belo que sempre me foi
cultivado.
Pus meu sentimento para dormir, alojei-o em algum canto
escondido do meu ser, e não foi por escolha. Foi necessidade. Precisava parar
de gastar tantas energias, de me doer. Porém ele continua lá, e eu lhe aviso
que tem sono leve, portanto não tente acordá-lo, pois ambos sabemos que ele
nunca virá a ser realmente no viver, apenas no papel.
Prometo nunca mais tocar no assunto se me prometeres nunca
retornar, não deixar mais seu cheiro impregnado na minha pele, nem sorria com o
canto da boca. Só quero que o deixe dormir. Como todo animal selvagem, meu coração
não deve ser perturbado, deve ficar lá, isolado de todo e qualquer perigo, de
todo estranho que se atreva a entrar. E se caso acontecer novamente quem
sofrerá as consequências não será ninguém além de mim mesmo. Meu próprio
sentimento seria capaz de me matar.
Não teria mais forças para reconstituir-me novamente.
Eu lhe amo, e sinto que amarei até o fim dos meus dias, porém
não posso repetir isso muito auto, ele corre o risco de acordar.
Parafraseie um desses mocinhos de um romance qualquer e
sussurre em meu ouvido que nunca retornará. E então parta, sabendo que sempre
te carregarei comigo, como o primeiro que realmente am... se é que isso importa.
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